Teólogos da Santa Sé deram parecer favorável a um milagre já aprovado
pela Comissão de Médicos do Vaticano. Segundo eles, a cura de um
problema congênito no coração de uma professora aposentada de Caxambu, no Sul de Minas, realmente aconteceu por intercessão da religiosa.
Agora o processo segue para uma nova etapa em que os cardeais do
Vaticano também darão seu parecer. Caso seja aprovado novamente, o
decreto de beatificação terá sua data marcada pelo Papa Bento XVI.
Nhá Chica, também chamada de "Mãe dos Pobres", era negra, filha de
escrava e analfabeta. Ela ficou conhecida por sua fé e seus atos de
caridade. A religiosa morreu aos 87 anos de idade, em 14 de junho de
1895.
O suposto milagre que está sendo avaliado pelo Vaticano teria
acontecido em 1995. Uma professora aposentada de Caxambu teria pedido a
intercessão da Vulnerável e se curado de um grave problema no coração,
sem precisar de cirurgia. Desde essa data, a aposentada faz exames
regulares que comprovam que o problema jamais voltou.
Ana Lúcia Meirelles Leite, de 65 anos, descobriu que tinha um problema
congênito no coração quando foi submetida a exames médicos, logo após
uma isquemia, em julho de 1995. Na véspera da cirurgia, a professora foi
acometida de uma febre muito alta, que a impediu de realizar a
operação, que foi marcada para uma nova data. No entanto, ao fazer a
cirurgia, o médico constatou que a abertura no coração havia se fechado.
Médicos de Baependi, Pouso Alegre,
Belo Horizonte e São Paulo deram testemunho de que a medicina não
explicava o acontecido e que não havia possibilidade de cura sem a
cirurgia.
Aprovação
No dia 14 de outubro de 2011 uma comissão formada por médicos do
Vaticano estudou e aprovou o milagre atribuído à Nhá Chica. Segundo o
postulador da causa de beatificação, Paolo Vilota, os sete médicos
chegaram à conclusão que a cura não tem explicação científica. No dia 8
de junho de 2010, uma Comissão de Cardeais já havia dado parecer
favorável às virtudes da Serva de Deus Nhá Chica, e no dia 14 de janeiro
de 2011, as virtudes heróicas da religiosa (castidade, obediência, fé,
pobreza, esperança, caridade, fortaleza, prudência, temperança, justiça e
humildade) foram aprovadas pelo Papa Bento XVI.