Maconha x Álcool por "Cabeça de Peixe"
:: MACONHA
Sensação
de felicidade, leveza, dificuldade para andar, sentidos aguçados,
libido estimulada, tranqüilidade, cautela excessiva, medo de perder o
controle, aumento do ritmo cardíaco, insegurança, sonolência, perda de
noção do tempo e de espaço.
Após
uso em excesso, usuário lembra de tudo o que aconteceu durante o
efeito. Pode ocorrer náusea e vômito, porém não há registro de overdose
de THC (Segundo pesquisas, são necessárias toneladas de maconha para que
ocorra overdose).
:: ALCOOL
Perda
dos reflexos, falta de equilíbrio, agressividade, tristeza, coragem,
inconseqüência, sonolência, comprometimento da dicção, euforia, vontade
de externar os sentimentos, vontade de falar.
Após
uso em excesso, usuário pode não se lembrar do que aconteceu, ou lembrar
como se “tivesse sonhado”. Além da perda de consciência o indivíduo
pode chegar ao coma alcoólico.
MALES A SAÚDE COMPROVADOS
:: MACONHA
Até
hoje nenhuma pesquisa comprovou algum mal à saúde proveniente do uso da
maconha. Ainda não se sabe se o ato de fumar maconha pode contribuir
com o aparecimento de câncer de pulmão, traquéia, boca e outros
associados ao cigarro. A construção de um baseado é semelhante à do
cigarro, a diferença é que o princípio ativo do cigarro é a nicotina e o
da maconha é o tetrahidrocanabinol (THC). Segundo cientistas o
comportamento do usuário de maconha é que pode contribuir com o
desenvolvimento de cânceres, pois o baseado geralmente não tem filtro e o
usuário tem o costume de prender a fumaça dentro dos pulmões (o que,
segundo os cientistas, não tem influencia no efeito da cannabis).
Algo
entre 6% e 12% dos usuários, dependendo da pesquisa, desenvolve um uso
compulsivo da maconha (menos que a metade das taxas para álcool e
tabaco).
“Maconha
mata neurônios.” Essa frase, repetida há décadas, não passa de mito.
Bilhões de dólares foram investidos para comprovar que o THC destrói
tecido cerebral – às vezes com pesquisas que ministravam doses de
elefante em ratinhos -, mas nada foi encontrado.
Muitas
experiências foram feitas em busca de danos nas capacidades cognitivas
do usuário de maconha. A maior preocupação é com a memória. Sabe-se que o
usuário de maconha, quando fuma, fica com a memória de curto prazo
prejudicada. São bem comuns os relatos de pessoas que têm idéias que
parecem geniais durante o “barato”, mas não conseguem lembrar-se de nada
no momento seguinte. Isso acontece porque a memória de curto prazo
funciona mal sob o efeito de maconha e, sem ela, as memórias de longo
prazo não são fixadas (é por causa desse “desligamento” da memória que o
usuário perde a noção do tempo). Mas esse dano não é permanente. Basta
ficar sem fumar que tudo volta a funcionar normalmente. O mesmo vale
para o raciocínio, que fica mais lento quando o usuário fuma muito
freqüentemente.
Pesquisas
mostraram que o usuário freqüente tem o número de espermatozóides
reduzido. Ninguém conseguiu provar que isso possa causar infertilidade,
muito menos impotência. Também está claro que os espermatozóides voltam
ao normal quando se pára de fumar.
No
passado, acreditava-se que maconha causava demência. Isso não se
confirmou, mas sabe-se que a droga pode precipitar crises em quem já tem
doenças psiquiátricas.
O
uso de maconha dilata os vasos sangüíneos e, para compensar, acelera os
batimentos cardíacos. Isso não oferece risco para a maioria dos
usuários, mas a droga deve ser evitada por quem sofre do coração.
:: ALCOOL
O
alcoolismo é uma doença reconhecida pela OMS (Organização Mundial da
Saúde) e, como a ferrugem nos metais, leva à uma degeneração do
organismo lenta e progressiva até a morte. O processo de doença se
manifesta através da hipertensão arterial, miocardiopatias, hepatite,
cirrose, gastrite, impotência sexual, dores musculares, diarréia,
pancreatite, deficiência nutricional decorrentes da falta de vitaminas e
minerais como o acido fólico e a vitamina B12, câncer de boca e de
esôfago, alterações cerebrais e neurológicas.
O
álcool contido nas bebidas utilizadas é o etanol, obtido através da
fermentação de determinados produtos naturais, como por exemplo, a uva –
vinho e champanhe, e cereais – cerveja. A destilação destas bebidas
produz as bebidas destiladas: uísque, gim, pinga e vodka.
A exposição crônica, por uso prolongado de quantidades elevadas de álcool associa-se à:
- cirrose hepática
- dependência de álcool
- doenças cerebrovasculares
- neoplasias de lábio, cavidade oral, faringe, laringe, esôfago e fígado
- gastrite
- varizes esofagianas
- pancreatites aguda crônica
- diabetes mellitus
- tuberculose
- pneumonia e influenza
- risco de coma alcóolico
- Síndrome de Abstinência Alcoólica (Delirium Tremens)
- Síndrome de Wernicke-Korsakoff
- O abuso de álcool determina mortalidade precoce. Na Suécia, perto de 25% dos óbitos de menores de 50 anos foram atribuídos ao álcool
beber muito provoca danos cerebrais irreparáveis e destrói a memória.
USO MEDICINAL
:: MACONHA
Câncer
Pessoas tratadas com quimioterapia muitas vezes têm enjôos terríveis, eventualmente tão terríveis que elas preferem a doença ao remédio. Há medicamentos para reduzir esse enjôo e eles são eficientes. No entanto, alguns pacientes não respondem a nenhum remédio legal e respondem maravilhosamente à maconha. Era o caso do brilhante escritor e paleontólogo Stephen Jay Gould, que, no mês passado, finalmente, perdeu uma batalha de 20 anos contra o câncer (veja mais sobre ele na página 23). Gould nunca tinha usado drogas psicoativas – ele detestava a idéia de que interferissem no funcionamento do cérebro. Veja o que ele disse: “A maconha funcionou como uma mágica. Eu não gostava do ‘efeito colateral’ que era o borrão mental. Mas a alegria cristalina de não ter náusea – e de não experimentar o pavor nos dias que antecediam o tratamento – foi o maior incentivo em todos os meus anos de quimioterapia”.
Pessoas tratadas com quimioterapia muitas vezes têm enjôos terríveis, eventualmente tão terríveis que elas preferem a doença ao remédio. Há medicamentos para reduzir esse enjôo e eles são eficientes. No entanto, alguns pacientes não respondem a nenhum remédio legal e respondem maravilhosamente à maconha. Era o caso do brilhante escritor e paleontólogo Stephen Jay Gould, que, no mês passado, finalmente, perdeu uma batalha de 20 anos contra o câncer (veja mais sobre ele na página 23). Gould nunca tinha usado drogas psicoativas – ele detestava a idéia de que interferissem no funcionamento do cérebro. Veja o que ele disse: “A maconha funcionou como uma mágica. Eu não gostava do ‘efeito colateral’ que era o borrão mental. Mas a alegria cristalina de não ter náusea – e de não experimentar o pavor nos dias que antecediam o tratamento – foi o maior incentivo em todos os meus anos de quimioterapia”.
Aids
Maconha dá fome. Qualquer um que fuma sabe disso (aliás, esse é um de seus inconvenientes: ela engorda). Nenhum remédio é tão eficiente para restaurar o peso de portadores do HIV quanto a maconha. E isso pode prolongar muito a vida: acredita-se que manter o peso seja o principal requisito para que um soropositivo não desenvolva a doença. O problema: a cannabis tem uma ação ainda pouco compreendida no sistema imunológico. Sabe-se que isso não representa perigo para pessoas saudáveis, mas pode ser um risco para doentes de Aids.
Maconha dá fome. Qualquer um que fuma sabe disso (aliás, esse é um de seus inconvenientes: ela engorda). Nenhum remédio é tão eficiente para restaurar o peso de portadores do HIV quanto a maconha. E isso pode prolongar muito a vida: acredita-se que manter o peso seja o principal requisito para que um soropositivo não desenvolva a doença. O problema: a cannabis tem uma ação ainda pouco compreendida no sistema imunológico. Sabe-se que isso não representa perigo para pessoas saudáveis, mas pode ser um risco para doentes de Aids.
Esclerose múltipla
Essa doença degenerativa do sistema nervoso é terrivelmente incômoda e fatal. Os doentes sentem fortes espasmos musculares, muita dor e suas bexigas e intestinos funcionam muito mal. Acredita-se que ela seja causada por uma má função do sistema imunológico, que faz com que as células de defesa ataquem os neurônios. A maconha alivia todos os sintomas. Ninguém entende bem por que ela é tão eficiente, mas especula-se que tenha a ver com seu pouco compreendido efeito no sistema imunológico.
Essa doença degenerativa do sistema nervoso é terrivelmente incômoda e fatal. Os doentes sentem fortes espasmos musculares, muita dor e suas bexigas e intestinos funcionam muito mal. Acredita-se que ela seja causada por uma má função do sistema imunológico, que faz com que as células de defesa ataquem os neurônios. A maconha alivia todos os sintomas. Ninguém entende bem por que ela é tão eficiente, mas especula-se que tenha a ver com seu pouco compreendido efeito no sistema imunológico.
Dor
A cannabis é um analgésico usado em várias ocasiões. Os relatos de alívio das cólicas menstruais são os mais promissores.
A cannabis é um analgésico usado em várias ocasiões. Os relatos de alívio das cólicas menstruais são os mais promissores.
Glaucoma
Essa doença caracteriza-se pelo aumento da pressão do líquido dentro do olho e pode levar à cegueira. Maconha baixa a pressão intraocular. O problema é que, para ser um remédio eficiente, a pessoa tem que fumar a cada três ou quatro horas, o que não é prático e, com certeza, é nocivo (essa dose de maconha deixaria o paciente eternamente “chapado”). Há estudos promissores com colírios feitos à base de maconha, que agiriam diretamente no olho, sem afetar o cérebro.
Essa doença caracteriza-se pelo aumento da pressão do líquido dentro do olho e pode levar à cegueira. Maconha baixa a pressão intraocular. O problema é que, para ser um remédio eficiente, a pessoa tem que fumar a cada três ou quatro horas, o que não é prático e, com certeza, é nocivo (essa dose de maconha deixaria o paciente eternamente “chapado”). Há estudos promissores com colírios feitos à base de maconha, que agiriam diretamente no olho, sem afetar o cérebro.
Ansiedade
Maconha é um remédio leve e pouco agressivo contra a ansiedade. Isso, no entanto, depende do paciente. Algumas pessoas melhoram após fumar; outras, principalmente as pouco habituadas à droga, têm o efeito oposto. Também há relatos de sucesso no tratamento de depressão e insônia, casos em que os remédios disponíveis no mercado, embora sejam mais eficientes, são também bem mais agressivos e têm maior potencial de dependência.
Maconha é um remédio leve e pouco agressivo contra a ansiedade. Isso, no entanto, depende do paciente. Algumas pessoas melhoram após fumar; outras, principalmente as pouco habituadas à droga, têm o efeito oposto. Também há relatos de sucesso no tratamento de depressão e insônia, casos em que os remédios disponíveis no mercado, embora sejam mais eficientes, são também bem mais agressivos e têm maior potencial de dependência.
Dependência
Dois psiquiatras brasileiros, Dartiu Xavier e Eliseu Labigalini, fizeram uma experiência interessante. Incentivaram dependentes de crack a fumar maconha no processo de largar o vício. Resultado: 68% deles abandonaram o crack e, depois, pararam espontaneamente com a maconha, um índice altíssimo. Segundo eles, a maconha é um remédio feito sob medida para combater a dependência de crack e cocaína, porque estimula o apetite e combate a ansiedade, dois problemas sérios para cocainômanos. Dartiu e Eliseu pretendem continuar as pesquisas, mas estão com problemas para conseguir financiamento – dificilmente um órgão público investirá num trabalho que aposte nos benefícios da maconha.
Dois psiquiatras brasileiros, Dartiu Xavier e Eliseu Labigalini, fizeram uma experiência interessante. Incentivaram dependentes de crack a fumar maconha no processo de largar o vício. Resultado: 68% deles abandonaram o crack e, depois, pararam espontaneamente com a maconha, um índice altíssimo. Segundo eles, a maconha é um remédio feito sob medida para combater a dependência de crack e cocaína, porque estimula o apetite e combate a ansiedade, dois problemas sérios para cocainômanos. Dartiu e Eliseu pretendem continuar as pesquisas, mas estão com problemas para conseguir financiamento – dificilmente um órgão público investirá num trabalho que aposte nos benefícios da maconha.
:: ALCOOL
O
consumo moderado, com pequenas variações, pode ser definido como sendo a
ingestão máxima de 59,2g de álcool por dia. Isso equivale a cerca de
meia garrafa de um vinho com 15% de álcool, quase 2 garrafas de cerveja
com 5% de álcool, ou, ainda, 2 doses de destilado com teor alcoólico de
50%.
Além
dos efeitos cardiovasculares, o consumo moderado de vinho pode atuar
beneficamente no organismo melhorando a qualidade de vida dos idosos e
aliviando o estresse.
Entretanto,
mesmo o consumo moderado de álcool aumenta o risco de doenças como o
câncer de mama e de intestino grosso. No caso de indivíduos que já
possuam o risco de desenvolver essas doenças, não se aconselha o uso.
O uso
indiscriminado de bebidas alcoólicas, inclusive de vinho, por razões de
saúde, não deve ser incentivado. No entanto, se os riscos forem
criteriosamente avaliados, o consumo moderado pode ser benéfico para
muitas pessoas.
CONCLUSÃO
Bem
pessoal. A minha intenção não é estimular o uso de maconha, e sim
mostrar que a sua criminalização é algo apenas moral e político. O fato é
que os hospitais estão cheios de pacientes com doenças decorrentes do
uso do tabaco e do álcool. O que os torna muito mais prejudiciais à
sociedade do que o THC. A maconha ainda não foi legalizada porque ainda é
moralmente inaceitável para a maioria da sociedade, o que pode
prejudicar os interesses individuais e ambiciosos dos políticos. Está
ficando bem claro que a maconha ilegal é ruim para o governo e para a
sociedade, e alguns políticos já começaram a tocar no assunto
“descriminalização da maconha”. Mas isto é assunto para outro post.