terça-feira, 6 de março de 2012

SAÚDE - MACONHA X ÁLCOOL

                                   

Maconha x Álcool por "Cabeça de Peixe"
:: MACONHA
Sensação de felicidade, leveza, dificuldade para andar, sentidos aguçados, libido estimulada, tranqüilidade, cautela excessiva, medo de perder o controle, aumento do ritmo cardíaco, insegurança, sonolência, perda de noção do tempo e de espaço.
Após uso em excesso, usuário lembra de tudo o que aconteceu durante o efeito. Pode ocorrer náusea e vômito, porém não há registro de overdose de THC (Segundo pesquisas, são necessárias toneladas de maconha para que ocorra overdose).

:: ALCOOL
Perda dos reflexos, falta de equilíbrio, agressividade, tristeza, coragem, inconseqüência, sonolência, comprometimento da dicção, euforia, vontade de externar os sentimentos, vontade de falar.
Após uso em excesso, usuário pode não se lembrar do que aconteceu, ou lembrar como se “tivesse sonhado”. Além da perda de consciência o indivíduo pode chegar ao coma alcoólico.
MALES A SAÚDE COMPROVADOS
:: MACONHA
Até hoje nenhuma pesquisa comprovou algum mal à saúde proveniente do uso da maconha. Ainda não se sabe se o ato de fumar maconha pode contribuir com o aparecimento de câncer de pulmão, traquéia, boca e outros associados ao cigarro. A construção de um baseado é semelhante à do cigarro, a diferença é que o princípio ativo do cigarro é a nicotina e o da maconha é o tetrahidrocanabinol (THC). Segundo cientistas o comportamento do usuário de maconha é que pode contribuir com o desenvolvimento de cânceres, pois o baseado geralmente não tem filtro e o usuário tem o costume de prender a fumaça dentro dos pulmões (o que, segundo os cientistas, não tem influencia no efeito da cannabis).
Algo entre 6% e 12% dos usuários, dependendo da pesquisa, desenvolve um uso compulsivo da maconha (menos que a metade das taxas para álcool e tabaco).
“Maconha mata neurônios.” Essa frase, repetida há décadas, não passa de mito. Bilhões de dólares foram investidos para comprovar que o THC destrói tecido cerebral – às vezes com pesquisas que ministravam doses de elefante em ratinhos -, mas nada foi encontrado.
Muitas experiências foram feitas em busca de danos nas capacidades cognitivas do usuário de maconha. A maior preocupação é com a memória. Sabe-se que o usuário de maconha, quando fuma, fica com a memória de curto prazo prejudicada. São bem comuns os relatos de pessoas que têm idéias que parecem geniais durante o “barato”, mas não conseguem lembrar-se de nada no momento seguinte. Isso acontece porque a memória de curto prazo funciona mal sob o efeito de maconha e, sem ela, as memórias de longo prazo não são fixadas (é por causa desse “desligamento” da memória que o usuário perde a noção do tempo). Mas esse dano não é permanente. Basta ficar sem fumar que tudo volta a funcionar normalmente. O mesmo vale para o raciocínio, que fica mais lento quando o usuário fuma muito freqüentemente.
Pesquisas mostraram que o usuário freqüente tem o número de espermatozóides reduzido. Ninguém conseguiu provar que isso possa causar infertilidade, muito menos impotência. Também está claro que os espermatozóides voltam ao normal quando se pára de fumar.
No passado, acreditava-se que maconha causava demência. Isso não se confirmou, mas sabe-se que a droga pode precipitar crises em quem já tem doenças psiquiátricas.
O uso de maconha dilata os vasos sangüíneos e, para compensar, acelera os batimentos cardíacos. Isso não oferece risco para a maioria dos usuários, mas a droga deve ser evitada por quem sofre do coração.
:: ALCOOL
O alcoolismo é uma doença reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e, como a ferrugem nos metais, leva à uma degeneração do organismo lenta e progressiva até a morte. O processo de doença se manifesta através da hipertensão arterial, miocardiopatias, hepatite, cirrose, gastrite, impotência sexual, dores musculares, diarréia, pancreatite, deficiência nutricional decorrentes da falta de vitaminas e minerais como o acido fólico e a vitamina B12, câncer de boca e de esôfago, alterações cerebrais e neurológicas.
O álcool contido nas bebidas utilizadas é o etanol, obtido através da fermentação de determinados produtos naturais, como por exemplo, a uva – vinho e champanhe, e cereais – cerveja. A destilação destas bebidas produz as bebidas destiladas: uísque, gim, pinga e vodka.
A exposição crônica, por uso prolongado de quantidades elevadas de álcool associa-se à:
  • cirrose hepática
  • dependência de álcool
  • doenças cerebrovasculares
  • neoplasias de lábio, cavidade oral, faringe, laringe, esôfago e fígado
  • gastrite
  • varizes esofagianas
  • pancreatites aguda crônica
  • diabetes mellitus
  • tuberculose
  • pneumonia e influenza
  • risco de coma alcóolico
  • Síndrome de Abstinência Alcoólica (Delirium Tremens)
  • Síndrome de Wernicke-Korsakoff
  • O abuso de álcool determina mortalidade precoce. Na Suécia, perto de 25% dos óbitos de menores de 50 anos foram atribuídos ao álcool
beber muito provoca danos cerebrais irreparáveis e destrói a memória.
USO MEDICINAL
:: MACONHA
Câncer
Pessoas tratadas com quimioterapia muitas vezes têm enjôos terríveis, eventualmente tão terríveis que elas preferem a doença ao remédio. Há medicamentos para reduzir esse enjôo e eles são eficientes. No entanto, alguns pacientes não respondem a nenhum remédio legal e respondem maravilhosamente à maconha. Era o caso do brilhante escritor e paleontólogo Stephen Jay Gould, que, no mês passado, finalmente, perdeu uma batalha de 20 anos contra o câncer (veja mais sobre ele na página 23). Gould nunca tinha usado drogas psicoativas – ele detestava a idéia de que interferissem no funcionamento do cérebro. Veja o que ele disse: “A maconha funcionou como uma mágica. Eu não gostava do ‘efeito colateral’ que era o borrão mental. Mas a alegria cristalina de não ter náusea – e de não experimentar o pavor nos dias que antecediam o tratamento – foi o maior incentivo em todos os meus anos de quimioterapia”.
Aids
Maconha dá fome. Qualquer um que fuma sabe disso (aliás, esse é um de seus inconvenientes: ela engorda). Nenhum remédio é tão eficiente para restaurar o peso de portadores do HIV quanto a maconha. E isso pode prolongar muito a vida: acredita-se que manter o peso seja o principal requisito para que um soropositivo não desenvolva a doença. O problema: a cannabis tem uma ação ainda pouco compreendida no sistema imunológico. Sabe-se que isso não representa perigo para pessoas saudáveis, mas pode ser um risco para doentes de Aids.
Esclerose múltipla
Essa doença degenerativa do sistema nervoso é terrivelmente incômoda e fatal. Os doentes sentem fortes espasmos musculares, muita dor e suas bexigas e intestinos funcionam muito mal. Acredita-se que ela seja causada por uma má função do sistema imunológico, que faz com que as células de defesa ataquem os neurônios. A maconha alivia todos os sintomas. Ninguém entende bem por que ela é tão eficiente, mas especula-se que tenha a ver com seu pouco compreendido efeito no sistema imunológico.
Dor
A cannabis é um analgésico usado em várias ocasiões. Os relatos de alívio das cólicas menstruais são os mais promissores.
Glaucoma
Essa doença caracteriza-se pelo aumento da pressão do líquido dentro do olho e pode levar à cegueira. Maconha baixa a pressão intraocular. O problema é que, para ser um remédio eficiente, a pessoa tem que fumar a cada três ou quatro horas, o que não é prático e, com certeza, é nocivo (essa dose de maconha deixaria o paciente eternamente “chapado”). Há estudos promissores com colírios feitos à base de maconha, que agiriam diretamente no olho, sem afetar o cérebro.
Ansiedade
Maconha é um remédio leve e pouco agressivo contra a ansiedade. Isso, no entanto, depende do paciente. Algumas pessoas melhoram após fumar; outras, principalmente as pouco habituadas à droga, têm o efeito oposto. Também há relatos de sucesso no tratamento de depressão e insônia, casos em que os remédios disponíveis no mercado, embora sejam mais eficientes, são também bem mais agressivos e têm maior potencial de dependência.
Dependência
Dois psiquiatras brasileiros, Dartiu Xavier e Eliseu Labigalini, fizeram uma experiência interessante. Incentivaram dependentes de crack a fumar maconha no processo de largar o vício. Resultado: 68% deles abandonaram o crack e, depois, pararam espontaneamente com a maconha, um índice altíssimo. Segundo eles, a maconha é um remédio feito sob medida para combater a dependência de crack e cocaína, porque estimula o apetite e combate a ansiedade, dois problemas sérios para cocainômanos. Dartiu e Eliseu pretendem continuar as pesquisas, mas estão com problemas para conseguir financiamento – dificilmente um órgão público investirá num trabalho que aposte nos benefícios da maconha.
:: ALCOOL
O consumo moderado, com pequenas variações, pode ser definido como sendo a ingestão máxima de 59,2g de álcool por dia. Isso equivale a cerca de meia garrafa de um vinho com 15% de álcool, quase 2 garrafas de cerveja com 5% de álcool, ou, ainda, 2 doses de destilado com teor alcoólico de 50%.
Além dos efeitos cardiovasculares, o consumo moderado de vinho pode atuar beneficamente no organismo melhorando a qualidade de vida dos idosos e aliviando o estresse.
Entretanto, mesmo o consumo moderado de álcool aumenta o risco de doenças como o câncer de mama e de intestino grosso. No caso de indivíduos que já possuam o risco de desenvolver essas doenças, não se aconselha o uso.
O uso indiscriminado de bebidas alcoólicas, inclusive de vinho, por razões de saúde, não deve ser incentivado. No entanto, se os riscos forem criteriosamente avaliados, o consumo moderado pode ser benéfico para muitas pessoas.
CONCLUSÃO
Bem pessoal. A minha intenção não é estimular o uso de maconha, e sim mostrar que a sua criminalização é algo apenas moral e político. O fato é que os hospitais estão cheios de pacientes com doenças decorrentes do uso do tabaco e do álcool. O que os torna muito mais prejudiciais à sociedade do que o THC. A maconha ainda não foi legalizada porque ainda é moralmente inaceitável para a maioria da sociedade, o que pode prejudicar os interesses individuais e ambiciosos dos políticos. Está ficando bem claro que a maconha ilegal é ruim para o governo e para a sociedade, e alguns políticos já começaram a tocar no assunto “descriminalização da maconha”. Mas isto é assunto para outro post.